segunda-feira, 24 de setembro de 2012

As três peneiras


                                     

Vamos falar de peneira, mas não é daquela que a mamãe usa periodicamente na cozinha. É um outro tipo de peneira. Esta não pode ser vista e nem tocada, porém, ajuda bastante à nossa vida, especialmente no relacionamento com o próximo.

Flavio voltou da escola e entrou em casa correndo. Chamou em seguida pela mãe, indagando dela mais ou menos isto:

-Mamãe, o que você acha do Emílio, nosso vizinho? Hoje, na escola, ouvi dizer que ele...
-Espere um momento, meu filho! –atalhou a mãe. -Antes de vir me contar o que ouviu a respeito do Emílio, você já fez passar pelas três peneiras?
-Claro que não; eu nem sei como se faz tal coisa... -respondeu o menino.
-Pois essa é a melhor maneira de sermos justos em relação ao nosso semelhante. Vou ensiná-lo agora como se procede: Vejamos a primeira peneira, a da verdade. A história que você pretendia me contar sobre o vizinho é verdadeira? Os argumentos são comprovadamente reais?
-Bem, mamãe, eu não posso saber por que foi o José quem conto que o Ary lhe disse que o Emílio havia...
-Basta, filho. Tudo está indicando que o comentário não é verdadeiro ou pelo menos não se tem certeza. Logo, através da peneira da verdade essa história já vazou pelos crivos...
-Vamos ver então se permanecerá sobre a peneira da bondade: O que ia me contar sobre o Emílio é algo bom?
-Por certo não. Pelo menos não gostaria que falassem o mesmo a meu respeito. –respondeu Flávio já meio preocupado.
-Então não devia contar também a respeito de alguém. Como vê a história já escorregou pelos furinhos da segunda peneira. Só nos resta experimentar a terceira. Trata-se da peneira da necessidade. Isto implica eu dizer: ‘Devo eu contar?’ Muitas vezes devemos falar de coisas desagradáveis pra que o culpado seja corrigido; mas você precisa realmente falar a respeito daquilo que ouviu sobre o Emílio? É necessário repetir a história?
-Não, mamãe, eu não preciso repetir aquele comentário tão infame...
-Bem, então, se não é bom, certamente nem verdadeiro e nem necessário, esquecemos o fato. Sua história não permaneceu sobre nenhuma das Três peneiras, portanto, não deve ser repetida.
Conte-me, se souber alguma coisa boa que sabe a respeito do Emílio. Isso é muito mais conveniente.

Foi ai que Flávio disse à mãe que Emílio cuidava da irmãzinha doente e ainda ajudava em casa vendendo jornais, garrafas vazias e papeis velhos.
                   
                                                                                            Desconhecido.

Daí vem o pensamento já escrito na Bíblia, a carta de Paulo para a igreja de Filipos:

“Quanto mais irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo que é justo, tudo o que é puro tudo o que é amável tudo que é de boa fama, se há alguma virtude, se há algum louvor, nisso pensai” Filipenses 4.8

“Não façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve a usurpação der ser igual a Deus.” Filipenses 2.3-6


                                                               Fim.

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