Vamos falar de
peneira, mas não é daquela que a mamãe usa periodicamente na cozinha. É um
outro tipo de peneira. Esta não pode ser vista e nem tocada, porém, ajuda
bastante à nossa vida, especialmente no relacionamento com o próximo.
Flavio voltou
da escola e entrou em casa correndo. Chamou em seguida pela mãe, indagando dela
mais ou menos isto:
-Mamãe, o que
você acha do Emílio, nosso vizinho? Hoje, na escola, ouvi dizer que ele...
-Espere um
momento, meu filho! –atalhou a mãe. -Antes de vir me contar o que ouviu a
respeito do Emílio, você já fez passar pelas três peneiras?
-Claro que não;
eu nem sei como se faz tal coisa... -respondeu o menino.
-Pois essa é a
melhor maneira de sermos justos em relação ao nosso semelhante. Vou ensiná-lo
agora como se procede: Vejamos a primeira peneira, a da verdade. A história que
você pretendia me contar sobre o vizinho é verdadeira? Os argumentos são
comprovadamente reais?
-Bem, mamãe, eu
não posso saber por que foi o José quem conto que o Ary lhe disse que o Emílio
havia...
-Basta, filho.
Tudo está indicando que o comentário não é verdadeiro ou pelo menos não se tem
certeza. Logo, através da peneira da verdade essa história já vazou pelos
crivos...
-Vamos ver
então se permanecerá sobre a peneira da bondade: O que ia me contar sobre o
Emílio é algo bom?
-Por certo não.
Pelo menos não gostaria que falassem o mesmo a meu respeito. –respondeu Flávio
já meio preocupado.
-Então não
devia contar também a respeito de alguém. Como vê a história já escorregou
pelos furinhos da segunda peneira. Só nos resta experimentar a terceira.
Trata-se da peneira da necessidade. Isto implica eu dizer: ‘Devo eu contar?’
Muitas vezes devemos falar de coisas desagradáveis pra que o culpado seja
corrigido; mas você precisa realmente falar a respeito daquilo que ouviu sobre
o Emílio? É necessário repetir a história?
-Não, mamãe, eu
não preciso repetir aquele comentário tão infame...
-Bem, então, se
não é bom, certamente nem verdadeiro e nem necessário, esquecemos o fato. Sua
história não permaneceu sobre nenhuma das Três peneiras, portanto, não deve ser
repetida.
Conte-me, se
souber alguma coisa boa que sabe a respeito do Emílio. Isso é muito mais
conveniente.
Foi ai que
Flávio disse à mãe que Emílio cuidava da irmãzinha doente e ainda ajudava em
casa vendendo jornais, garrafas vazias e papeis velhos.
Desconhecido.
Daí vem o
pensamento já escrito na Bíblia, a carta de Paulo para a igreja de Filipos:
“Quanto mais
irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo que é justo, tudo o
que é puro tudo o que é amável tudo que é de boa fama, se há alguma virtude, se
há algum louvor, nisso pensai” Filipenses 4.8
“Não façais por
contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros
superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas
cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo
sentimento que houve também em
Cristo Jesus , que, sendo em forma de Deus, não teve a
usurpação der ser igual a Deus.” Filipenses 2.3-6
Fim.
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